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Linguagem e experiência humana



A propósito da linguagem:

Humboldt, em Junho de 1822, numa conferência intitulada «Ueber das Entstehen der grammatischen Formen und Einfluss auf Ideenentwicklung»[1] visou a articulação entre a linguagem e a experiência humana. Ele afirma que a linguagem é um terceiro universo situado entre a realidade do mundo empírico e as estruturas interiorizadas da consciência.
A linguagem é abordada como sendo universal. No entanto, cada língua é diferente de outra língua e a forma do mundo que daí advém é necessariamente diferente.
A língua, para Humboldt, é o órgão de formação do pensamento. A visão linguística do mundo de determinada sociedade retracta o seu comportamento colectivo.
Edward Sapir tem a seguinte explicação:
«O certo é que o «mundo real» é em larga medida inconscientemente construído a partir dos hábitos linguísticos do grupo. Não há duas línguas que se assemelhem o bastante para representarem a mesma realidade social. Os mundos em que as vivem as diferentes sociedades são mundos distintos, e não simplesmente o mesmo mundo coberto de etiquetas diferentes.»
A língua organiza a experiência, estando essa organização sob influência do comportamento colectivo dos falantes. Existe uma dialéctica onde as línguas geram diferentes sociedades e estas geram a diferença entre línguas.


[1] Sobre a diferenciação da estrutura da linguagem humana, e a sua influência sobre a evolução espiritual da raça humana.

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