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J. Rentes de Carvalho sobre "O Rebate"






Entrevista com J. Rentes de Carvalho
sobre “O Rebate” -Quetzal

-O respeito pelo leitor implica que você não vai julgar que o leitor é estúpido porque ele não é. O que você vai ser é muito humilde e saber que o leitor é muito competente e muito capaz. Claro que há uns – inclusive os críticos- que não serão capazes de acompanhar, mas a culpa é deles não é minha.


Cheguei ao hotel e vi J. Rentes de Carvalho a observar um grupo de ingleses que, às 10 da manhã, bebia champanhe no átrio. De braços cruzados, rosto impávido e sereno, concentrado no grupo, não me viu chegar. Assim que me apresentei, foi ele que fez a primeira pergunta: “Você percebe alguma coisa de computadores?” e apontou para o seu portátil.
José Rentes de Carvalho é um contador de histórias. Sempre afável e conversador, não perdeu a vertente pedagógica formada pelas décadas de ensino universitário na Holanda. O motivo da nossa conversa era a edição do seu romance “O Rebate” (Quetzal), mas falámos sobre muito mais do que isso. Através desta entrevista, podemos conhecer o trajecto pessoal e o caminho que o escritor teve que percorrer até ser reconhecido em Portugal. J. Rentes de Carvalho leva-nos até outros autores. Os seus livros levam-nos até outros livros.
Começámos por falar sobre a sua colectânea de contos “Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia” e continuámos por muitos mais temas. “Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia”, também editado pela Quetzal, foi o livro que antecedeu “O Rebate”. No começo da nossa conversa ficámos a saber a razão de o livro ter o título de um dos contos que o integram.
Como ele gosta de dizer, “Eu vou contar-lhe outra história.”:
JRC- O livro [“Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia”] eram dois livros. Na Holanda foi editado como dois. Um com o título de “O Milhão, recordações e outras fantasias” e “O Joalheiro”. Mas quando estive a falar, cá, disse que aquilo era tudo o mesmo e para fazermos um livro só e juntei, porque gosto muito de Dalton Trevisan… -não conhece, não? Vá comprar já! Dois títulos: “A guerra conjugal” e “O cemitério de elefantes”. O Dalton Trevisan é ainda vivo e é um pouco mais velho do que eu. É director de uma fábrica de cerâmica em Curitiba (fábrica da família). Nos Estados Unidos, na Alemanha e na Holanda é considerado o melhor contista do mundo, mas no Brasil é só um bocadinho amado. Nos anos 60 escrevia, no máximo, um conto de página e meia, e muito excepcionalmente duas páginas, mas a força dele está no conto de uma página só. Os personagens masculinos são sempre José e as femininas são sempre Maria. Outro título: “O vampiro de Curitiba”. Agora está a ficar velho ou meio-tonto porque já tenta fazer um conto em 6 ou 7 linhas. É um bocado exagerado. Quer dizer…ele tem razão, mas a cabeça dele funciona de outra maneira do que a do leitor. Ele está-se nas tintas para o leitor. Esses 3 livros: “A guerra conjugal”, “Cemitério dos elefantes” e “O vampiro de Curitiba”. Eu tinha um colega, que foi meu tradutor e colega da Universidade, que era um fanático de Dalton Trevisan. Ele deu-me os livros todos e eu fiquei vendido. -Quando fiz esta junção de dois livros, escrevi o conto que dá o título ao livro “Os lindos braços da Júlia da Farmácia”. É uma página e ele está aí por uma simples homenagem ao homem que é fantástico! Eu nunca vi um escritor que seja capaz de dizer de alguém “Ele levantou-se e tinha caspa nas sobrancelhas” [Risos]. Uma filha que foi abusada pelo pai (não sabemos que foi), mas o pai morreu… Ele está no caixão; ela está sozinha com o pai, olha para ele, põe um cigarro e vai queimando-o aos poucos…Toda a gente devia ler Dalton Trevisan.

Tenho de lhe fazer uma pergunta que faço a mim e talvez seja a mais difícil. Por que razão só agora está a ser tão lido em Portugal?

A resposta é simples. O meu primeiro romance, “ Montedor”, foi aclamado de uma maneira “tonta” para aquele tempo. Saramago, que ainda não era uma pessoa com esta categoria, mas era um bom crítico e era respeitado, escreveu na Seara Nova uma pequena recensão…talvez de cem palavras… e deu-me uma quantidade de elogios e lançou-me no “meio” de Lisboa. Eu estava na Holanda e não segui isso. Depois houve umas tentativas de aproximação dos neo-realistas, mas tudo muito discreto. Eles disseram logo “Este sujeito não é de cá, nem quer ser de cá…”…não é no sentido da nacionalidade, ou da sensibilidade mas de não ser de cá da “capelinha” O livro foi editado pela antecessora da “Caminho”, pela “Prelo”, que era do Partido Comunista, toda a gente sabia, e três anos depois, em 71, saiu o segundo romance [O Rebate] e então caiu-me a malta em cima. Eu até pus no meu blogue [Tempo Contado] aqui há uns tempos. Entre outros, o Sr. Nelson Matos, que naquela altura era crítico: “..este gajo nem sequer sabe conjugar os verbos…isto não é linguagem…devia ter cabeça”. Eu tenho com muito orgulho aquilo no meu blogue. E depois tive uma sorte do caneco. Tinha um amigo que, por acaso, era editor holandês, director de uma grande editora, e juntávamo-nos a conversar, de vez em quando, num café. Ele bebia muito, eu bebia menos, fumávamos ambos muito, e demorávamos muitas horas a conversar. Nesse belo dia eu estava maldisposto com a vida e com a Holanda e dei uma “catanada” nos holandeses e ele ouviu, pois era um homem educado, cultivado e muito inteligente. Ao fim daquilo (demorou mais de uma hora; devo ter perdido a cabeça…) ele diz assim: “Porque é que não escreves isso?”
[acenou a cabeça negativamente] Eu estava tão arreliado com eles e com a vida… Fomos embora.
No dia seguinte ou talvez dali a dois dias recebo uma carta.
A carta trazia um cheque muito generoso e tinha um cartãozinho a dizer “e agora este é o pagamento dos direitos de autor”. E foi assim que o livro [Com os holandeses] nasceu.

O Rebate” foi publicado agora, mas foi escrito quando?

Em 71

…e foi antes e depois de que livro?


Primeiro, foi “Montedor”, que o Saramago elogiou. Depois foi este [“O Rebate”] que toda a gente deitou abaixo. Teves umas críticas feitas por um sujeito que trabalhava para a Gulbenkian…”..isto não é moralidade…” enfim..
Depois, veio o livro “Na Holanda”…

…quando diz “Na Holanda” [edição holandesa] será “Com os holandeses” [edição portuguesa] cá ?

Sim, sim…Tem um título “Onde mora um outro Deus”, mas eu achei que esse título não passava em Portugal.
O êxito foi enorme na Holanda. Foi espectacular. Tive três anos de edições consecutivas e tive um ano quase inteiro em páginas de jornais inteiras. Nunca tinham tido um sujeito a dizer aquelas coisas… [risos]. Eu não devo nada a ninguém, não tenho partido nem tenho dívidas…
Esta gente aqui… mudou depois porque tudo o que é nome na literatura portuguesa desde 1960 até hoje todos me conhecem, todos me cumprimentaram já alguma vez e mais! Uma grande parte, quando estive na universidade 32 anos, era convidada para ir lá dar uma conferência e nós instalávamo-los no Hilton. Agora acontece uma coisa: desde há dois anos essa gente que em trinta e tal anos não me conheceu diz assim à mocidade: “Diga-lhe lá! Eu conheço-o! Somos muito amigos! Ele que venha…” O único que fugiu dessa miséria foi o Alçada Batista. Se eu lhe contar…houve uma visita de Estado do Sampaio à Holanda. A Rainha, que já me convidou para sua casa, convidou-me a mim e à minha mulher para o jantar. E disse assim “Conhece o Rentes de Carvalho, seu conterrâneo…” E o Sampaio… [abriu muito os olhos demonstrando um ar atrapalhado] [risos]
Tenho um outro testemunho: esse jantar era oferecido pela Rainha ao Sampaio, depois o Sampaio ofereceu um jantar à Rainha numa espécie de igreja. Está o António Esteves Martins, está o Jaime Gama e estou eu. Estamos a conversar, tinha acabado o buffet, a Rainha passa com o Sampaio, olha para mim e faz assim [acenou com a mão]; e o Jaime Gama diz assim: “Ela conhece-o????” [risos] e o rapaz da TV disse que sim, conhece…
Tenho cartas muito bonitas do pai da Rainha a agradecer…ele gostou muito do livro, ele próprio era alemão, por isso compreendia muito bem…Na Holanda, tenho uma situação que não tem nada a ver. Isto tudo interessa-me só pelo lado do afecto e da sensibilidade, mas a gente que é das literaturas…ah…
Não me interessa por uma quantidade de coisas…
Agora, estou a gozar este êxito. Eu soube ontem que depois do Peixoto sou o escritor que vende mais. Neste momento, o Peixoto vende um pouquinho mais do que eu, mas isso não… O carinho de ser editado na minha terra e de ser lido pela gente para quem estes livros foram escritos! Não foram escritos para a Holanda, menos “Com os Holandeses”… os outros não foram.
Tenho um guia de Portugal [Portugal, een gids voor vrienden (Portugal, Um Guia para Amigos)] que ultrapassou os 200.000 (duzentos mil) exemplares. Depois de ano e meio de ter saído a seguir de Portugal, foi espectacular. Esteve dez semanas acima de “O Nome da Rosa” do Eco. O ISEF fez um estudo e concluiu que no ano anterior cerca de 300.000 (trezentos mil) turistas holandeses tinham vindo a Portugal por causa do guia ou com o guia. Então o governo foi muito gentil e perguntou o que podiam fazer: “Você aceitaria uma condecoração?” Lá me fizeram Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Mas fizeram outra coisa…

…foi com Sampaio?

…não, foi com Mário Soares. Outra coisa que fizeram, que eu achei muito gentil, foi que o governo ofereceu trazer nove jornalistas holandeses durante dez dias para Portugal, com “carta branca” de despesas. Foi muito bonito. Depois, o meu editor holandês, que me tinha mandado o cheque e que ganhou muitos milhões de florins naquela altura, disse “A Editora quer fazer alguma coisa por ti. O que é que tu queres?”
Pedi para se editar pelo menos 5 romances de Eça de Queiroz. Fizeram uma edição de luxo. E eu pus Eça de Queiroz, como já tinha posto Fernando Pessoa, na literatura holandesa. Aliás, Pessoa desde 1992 já vendeu para cima de 150.000 (cento e cinquenta mil) exemplares na tradução do meu colega. Não tem ideia do impacto de Fernando Pessoa na literatura holandesa! A tradução é genial.

O que é que traduziram na Holanda?

Traduziram o “Livro do Desassossego”, “ A Mensagem” e traduziram uma colectânea grande de poemas… O essencial de Fernando Pessoa.
Sabe… A vaidade está satisfeita, a parte financeira também está satisfeita….

Perguntei-lhe quando é que tinha escrito “O Rebate” porque há uma grande diferença entre a forma de escrever de “O Rebate” para “Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia”[penúltimo livro editado] …

…aí há vinte anos de diferença.
O meu sonho na vida era ser realizador de cinema. Ainda fiz dois anos no IDHEC, em Paris, mas descobri uma coisa triste. Eu sou muito individualista e tenho horror a estar dependente, a precisar de [algo] para funcionar. O cinema não é feito pelo realizador; é pelo homem do dinheiro. O homem do dinheiro é que diz “Eu não quero essa cena. Deita fora.”. Alguém estar a dizer-me…um editor que me dissesse “Isto tem de mudar. Põe um bocadinho mais de sexo…”! Eu tenho tido uma sorte do caneco até agora: dois editores na Holanda e o da Quetzal são gente que me compreende e que se pegam [no livro] não vão mexer. Essa história do “Editor” [escola americana] … mas de quem é o livro? É meu ou é dele?
Por exemplo, O John Grisham não escreve. A Editora tem uma colectânea de cinco ou seis ou dez sujeitos.

Ghostwriters…

É assim. É um produto industrial. Por isso, todos os seis meses vem um livro e o homem anda de férias.
Eu sou da fase simples, do artesanal, e de eu próprio. Já vendi tanto livro que me deu aquele consolo: ”fizeste uma coisa bonita” [risos]

Já deixou a sua marca…

Portanto, o meu sonho era o cinema. O meu sonho era escrever guiões para o cinema. Não tinha muito interesse na literatura. A literatura era uma coisa que me parecia tão superior, tão acima daquilo que eu podia alcançar. Li muito principalmente Eça, Camilo, Zola, Balzac e esta gente deixou uma marca tão importante em mim que eu olhava lá para cima.
“Montedor” foi escrito numa espécie de revolta contra a situação familiar e social portuguesa, depois veio “O Rebate” e esse era mais feito para ser um guião de filme porque é muito visual.

E segmentado, não é? Tanto a nível da estrutura, que é muito segmentada e plural (estamos com uma personagem e logo a seguir estamos com outra), como a nível de linguagem, que é como que “cubista”, ou seja fala da chuva e depois fala do cão depois fala da senhora… salta de imagem em imagem sempre com uma ideia em comum. Há coerência entre a estrutura e a construção frásica. Foi pensado assim?

Foi, foi propositado. É muito visual. Qual foi uma crítica importante que me fizeram? “Não se sabe quem é que está a falar!” [risos]
E eu disse “Você entra no livro e não está a pensar no que é que a Joana disse.” Esse é o costume dos maus escritores: “Então ele disse…e ela disse…e eles saíram”. Não! O respeito pelo leitor implica que você não vai julgar que o leitor é estúpido porque ele não é. O que você vai ser é muito humilde e saber que o leitor é muito competente e muito capaz. Claro que há uns – inclusive os críticos- que não serão capazes de acompanhar, mas a culpa é deles não é minha.

Passando do nível estrutural para o nível lexical. Há palavras que já caíram em desuso e há muitos regionalismos…

A menina da Câmara Clara, ontem, disse assim: “Ai! Eu gostei tanto do seu livro e sabe porquê? Tem lá tantas palavras que eu ouvia da minha avó, inclusive «cu de arroba» ” [risos]
Outro senhor disse “Que carinho! Pela primeira vez em cem anos eu vejo uma frase em que diz “Vós tendes lume? ”
O Você nos anos cinquenta e sessenta era insultuoso! Agora vieram as telenovelas brasileiras e limparam a coisa pelo mais baixo.

O Vós desapareceu da oralidade… e da escrita também. Não sei se foi por escolha, mas vi que o livro não seguiu o acordo ortográfico.

Ai não! Por amor de Deus! Eu não sou do Acordo…É uma bandalheira, é uma coisa tosca. Tudo aquilo que na língua, na ortografia, era sinal e ajudava… ai não sigo, não…

Enquanto estava a ler o livro dei comigo a pensar que era uma tragédia transmontana. Ninguém morre, mas também ninguém se safa. Há aridez e azedume em relação à sociedade. Porquê essa visão tão pessimista?

Não é nada pessimista. É carinhosa. Eu já vou explicar… De vez em quando digo e não é brincadeira: Nasci em meados do século XIX. Vila Nova de Gaia, o lugar onde nasci, em 1946 ainda não tinha luz eléctrica. Nós íamos, nesse século XIX em Agosto e Setembro, para Trás-os-Montes, e eu caía de imediato no Império Romano. Já tenho dito várias vezes… Os instrumentos da lavoura que nós tínhamos até aos anos sessenta do século passado, em Trás-os-Montes, eram os mesmos que você encontra nas gravuras romanas inclusive o arado de pau. Isso deixaram os romanos. O carro-de-bois, que em Trás-os-Montes ainda se vê e que as pessoas agora põem no quintal, é o mesmo que você vê nas gravuras romanas inclusive o tamanho das rodas.
Ora bem…eu vinha de Vila Nova de Gaia, em meados do século XIX, e chegava ao império romano.
A Margarida [Ferra] esteve lá ontem na casa que foi do meu avô. Atrás da casa está um bocado de terreno que é de um primo, mas naquela altura era, sem vergonha de ninguém, o cagadouro público. As pessoas vinham ali atrás daquela parede, as mulheres levantavam a saia e os homens arreavam as calças e, conversando, faziam ali as suas necessidades. O ânus, quem o limpava limpava-o com uma pedra com pó ou levava um bocadinho de palha. Você não vai acreditar nisto, mas é assim. Da minha infância, nos anos trinta, até quando me fui embora (tinha 19 anos), até 49, era assim. Por isso, não sou eu a “pintar” mal a situação! Você não imagina! As pessoas iam de porta em porta com uma pinha na mão… sabe o que é uma pinha, não sabe? Com uma pinha na mão, as mulheres iam às vizinhas: “Tens o lume aceso?” Para poupar o fósforo! Um fósforo!

Obviamente que havia muita pobreza. O imigrante que vem [de França] com a esposa traz hábitos completamente diferentes e…

Primeiro, ele teve pouca sorte. Eu vou-lhe contar outra história. A Maria Isaura Pereira de Queirós, que morreu há 4 ou 5 anos, era socióloga brasileira, professora na Sorbonne, e conhecida em todo o mundo como socióloga. Quem via a Maria Isaura julgava que era criada de servir. Ela foi à Prefeitura da Polícia, em Paris, para renovar o visto e estava sentada ao lado de um sujeito e às tantas perguntou-lhe a nacionalidade. Era português. E falou com o rapaz e disse-lhe assim “Então…está contente?”; “Estou contente, estou contente»; “É casado?”; «Não, não sou porque eu tinha uma rapariga em Aveiro e queria casar com ela, gostava muito dela, mas ela foi muito leal comigo e disse que o patrão já lhe tinha feito o mal”;
E então diz a Maria Isaura assim “Mas lá na sua aldeia deve haver raparigas”; “Há minha senhora, mas não fazem nada”; “Mas então case com uma francesa!”; “Mas aqui fazem tudo!!” [risos]
É a tragédia do sujeito que vive em dois mundos totalmente diferentes! Ou tem a sorte de casar com uma mulher que traz dinheiro e fecha os olhos ao resto…mas depois é confrontado…

…com aquelas situações.
Ora…Encontra-se a si mesmo e a única coisa é fugir.

[O Rebate] Tem muitas memórias suas?
Não tem memórias. A única coisa que tem de real é uma cena de mulheres cheias de moscas, com os xailes, no verão e no fontenário. É tudo invenção.

Anda à volta com o morto, ainda? [sobre o novo romance]

Não. Eu ontem dei a boa notícia. É um milagre. Estou à volta com o morto há mais de dez anos e anteontem de manhã, quando acordei, estava a tomar café com a minha mulher e estávamos a conversar e eu de repente tive um “salto” na minha cabeça e “já sei o que vou fazer ao homem”. Não estávamos a falar de coisa nenhuma em relação a livros, estávamos a falar de coisas domésticas, e de repente descobri o que vou fazer. Para o ano tem livro novo.


Mário Rufino





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