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Escritaria: «Vem aí a Alice»




Este é o ano de Alice Vieira, após Mário Cláudio ter sido homenageado em 2015. A escolha da escritora de livros infanto-juvenis abre novas perspectivas para a Escritaria. É a mais relevante representação da literatura dedicada aos mais novos entre os homenageados até hoje, como foram Urbano Tavares Rodrigues, José Saramago, Agustina Bessa-Luís, Mia Couto, António Lobo Antunes, Mário de Carvalho, Lídia Jorge e Mário Cláudio.
O primeiro dia da Escritaria foi marcado por teatro de rua, abertura da feira do livro e inauguração da exposição sobre a autora. Alice Vieira visitou escolas e foi recebida, já noite, pela Tuna Académica da CESPU.


Foi entre “Entre palavras e sons/lápis, borrachas, canções em dois tons...”, conforme o Hino da Escola Básica e Secundária de Pinheiro, que Alice Vieira começou a visitar outras escolas, neste segundo dia de homenagens.
Os alunos do Agrupamento de Escolas Paço de Sousa, do Agrupamento de Escolas de Pinheiro e do Agrupamento de Escolas Penafiel Sudeste receberam a autora. Quando entrou numa dessas escolas, um dos alunos disse, sem timidez, a uma colega: “Vem aí a Alice, a escritora”
A afectividade e conhecimentos dos alunos demonstraram o sucesso de uma carreira literária a eles dedicada. As salas encheram. As paredes estavam ocupadas por ilustrações baseadas em vários livros trabalhados nas aulas.



A curiosidade pela origem das ideias para escrever surgiu logo nas primeiras perguntas Nada de novo para quem desde muito cedo contacta com alunos de diferentes anos de escolaridade.
Uma outra pergunta comum às três escolas visitadas foi “quando começou a escrever?”
Alice Vieira não se lembra dela própria sem ser a ler e a escrever. “Foi a forma de me defender de uma infância complicada”, afirmou ainda.
O seu primeiro livro foi “Rosa, Irmã Rosa” e foi escrito a pedido dos filhos, que lhe disseram que só escrevia nos jornais histórias para os outros. Alice Vieira, jornalista de profissão, escreveu esse livro para os filhos. Corria o ano de 1979. O livro foi publicado e cedo conquistou os leitores. Foi o princípio dos quase quarenta anos de carreira literária. Mas uma ou outra intervenção fugiu do habitual Um rapaz afirmou gostar de ler os textos escritos para a “Audácia – Revista Missionária para adolescentes”; outro afirmou ter gostado de “vinte cinco a sete vozes”, livro menos mencionado nas escolas visitadas.
Algumas páginas dos muitos livros escritos por Alice Vieira foram lidas nas três escolas. “Rosa, irmã Rosa, “Às dez a porta fecha” ou “Graças e Desgraças da Corte de El-Rei Tadinho - Monarca Iluminado do reino das cem janelas” foram algumas das obras escolhidas.
Muita alegria e algum burburinho para receber Alice Vieira, que confessou escrever para fazer as pessoas um bocadinho mais felizes.
A escritora demonstrou disponibilidade para autografar, responder a todas as perguntas ou estar em todas as fotos solicitadas
Na despedida, Alice Vieira cantarolava “A Fisga”, dos “Rio Grande”,cantada horas antes pela Tuna da Escola Básica e Secundária do Pinheiro.

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